quinta-feira, 28 de abril de 2011

Blogueiro maranhense em encontro com o Papa

O Vaticano, através do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais irá reunir blogueiros do mundo inteiro no próximo dia 02 de maio. Disputado entre 700 inscritos, apenas 150 participantes, de diferentes nacionalidades, irão participar deste encontro seleto sobre a blogosfera religiosa, diluída na grande Rede. Dentre eles, o maranhense Wagner Moura(foto). Católico, jornalista, que hoje mora desde o começo deste ano em Florianópolis(SC).

Em visita recente a capital maranhense, por ocasião da semana santa, Wagner concedeu a jornalista Virginia Diniz uma entrevista sobre o assunto.
 
Entrevista (Virginia Diniz)
 
rccsaoluisma - Os rótulos (nomes) com relação a papéis sociais costumam dar um significado e missão aos que recebem. Tornar-se um blogueiro tem que signficado para você? (Fale sobre a idéia que tinhas e a que tens hoje sobre o papel do blogueiro no mundo virtual. E como isso foi assimilado por teu blog).



Wagner Moura - Comecei a blogar há uns 7 anos, por hobby, com a intenção de ter um local onde pudesse reunir alguns pensamentos do meu interesse. A coisa foi ficando mais “séria” com o blog atual, O Possível e O Extraordinário, que existe desde 2007 e nele comecei a registrar eventos relacionados à questão da defesa da vida, contra o aborto. Descobri que muitas pessoas estão envolvidas com essa causa, no Brasil e no mundo, mas que há poucos espaços para divulgar isso. Meu papel como blogueiro, hoje, é dar visibilidade a essa causa, fortalecer e reunir as pessoas que se dedicam à Cultura da Vida. É claro que um blog pessoal está longe de ter algum sucesso proeminente nessa questão, mas acredito ao menos poder ser mais um coração nessa grande rede dos que fazem sua parte.


rccsaoluisma- Como se deu a escolha do nome e das pautas tratadas no Possível e Extraordinário. (Seu blog foi pensado para ser um canal pró-vida?)


Wagner Moura - O nome do blog tem influência de uma frase do filme Uma Mente Brilhante. A personagem Alicia, esposa do protagonista John Nash, uma vez falou: “Preciso acreditar que algo extraordinário seja possível”. Nós precisamos acreditar nisso especialmente quando militamos pela defesa da vida, contra uma das mais poderosas indústrias anti-vida, como é a indústria do aborto. Alicia ensinou o protagonista a perceber que viver não é fazer grandes coisas, é encontrar um sentido na vida e deixar-se mover por ele.


Apesar de não ter sido criado para esse intuito, o blog tornou-se um canal pró-vida na medida em que fui envolvendo-me mais nas denúncias sobre políticas totalitárias da “indústria do aborto” no Brasil e no mundo. Há países em que essas denúncias são feitas por agências de notícias especializadas em “Cultura da Vida”, como é o caso do site fundado por canadenses e americanos, o Life Site News (referência mundial nessa mídia especializada). Não raro as pautas do Life Site News são repercutidas por mim, no blog, mas também faço o possível para atender demanda de divulgação de lideranças pró-vida no Brasil. Estou sempre atendo e, infelizmente, há muita coisa a ser divulgada: os promotores do aborto, no mundo, não dormem nunca.


rccsaoluisma- É possível hoje na internet encontrar blogs com temáticas variadas, de pensamentos abstratos e pessoais a blogs com assuntos políticos, culinários, tecnológicos. Mas há também os que realizam o importante papel de fazer esta leitura e propagarem os temas pautados pelos autores – os visitantes. Como você analisa este público? (É possível dizer “dize-me o que tu lês e eu te direi quem tu és?” ou os visitantes, as vezes anônimos, às vezes visitantes de carteirinha, costumam ter um perfil variado. Jovens, adultos, classe social...).


Wagner Moura - Para mim, blogar não é uma ação solitária. Valorizo cada comentário de leitores, penso sobre assuntos que eles me propõem, estou sempre disponível! O público do blog tem adolescentes, jovens, adultos, pessoas apenas curiosas pelo tema aborto e outras estão mais profundamente envolvidas com a causa de defesa da vida humana da concepção à morte natural. Devo dizer que além dos leitores não-blogueiros, há os leitores blogueiros também! Autores de outros blogs que têm alguma afinidade com o tema ao qual me dedico. Acredito que um blog pode ser também uma espécie de rede social, ainda que com uma característica mais pessoal. Alguns leitores tornaram-se meus amigos: somos todos uma comunidade, acredito.


rccsaoluisma- O que tens a dizer sobre o mundo que percebes a partir das pessoas que visitam e repercutem os temas de teu blog?


Wagner Moura - O que os religiosos, estudantes, profissionais da saúde, da educação, funcionários públicos e demais leitores do blog têm em comum: um perfil conservador. São pessoas provocadas todos os dias pelo status que a cultura hedonista recebe em nosso país! São pessoas dispostas a contribuir para fortalecer valores que fortaleçam a liberdade humana. Pelo convívio, virtual e também “não virtual”, com eles posso dizer que há mais pessoas dispostas a enfrentar o desafio de não ser popular em seu meio em nome desses valores. São cidadãos que estavam acostumados com um mundo que ridiculariza a liberdade humana, em silenciar as raízes cristãs de nossa sociedade. Essas pessoas romperam, cada um ao seu modo, a espiral do silêncio que lhes foi imposta pelos adversários da cultura católica de nosso país.


rccsaoluisma - De repente, um encontro no Vaticano com blogueiros do mundo inteiro. Como você recebeu o impacto desta notícia (visto que é um dos 5 escolhidos no Brasil)?


Wagner Moura - Foi surpreendente! Saber que o Vaticano quer falar diretamente à “nova” mídia e ouvir seus protagonistas é motivo de celebração. Com essa oportunidade fica claro que os blogueiros e qualquer outro produtor de conteúdo nessas novas mídias não podem mais ser ignorados. O meio empresarial não os ignora! O meio político não os ignora! A Igreja também não pode fazê-lo, mesmo quando isso significa ser confrontada com críticas incisivas – os de casa costumam dar mais trabalho que os de fora, não é mesmo? A Igreja, mais uma vez, opta pelo diálogo. Representar o Brasil – e o mundo lusófono, uma vez que os brasileiros foram os únicos representantes da língua portuguesa escolhidos pelo Vaticano -, juntamente com mais 4 escolhidos, é uma responsabilidade sem igual.

 
 
Veja mais dessa estrevista no site rccsaoluisma.com.br

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