Os Mandamentos não estão acima da nossa capacidade de observá-los, mas estão inscritos no nosso coração e cumpri-los é a nossa felicidade verdadeira. Por isto somos chamados a amar e respeitar com sinceridade os Mandamentos e submeter-nos a eles por amor ao Senhor.
1. O Valor da Lei Divina
Veja Gn 2,15-17 e Eclo 15,14
Deus chama o homem a participar da sua providência, querendo dirigir o mundo por meio do próprio homem, através de seu cuidado consciencioso e responsável.
Proibindo o homem de "comer da árvore da ciência do bem e do mal", Deus afirma que o homem não possui originariamente como próprio o conhecimento do que é bom ou mau para si, mas só o terá através da luz da razão natural e da Revelação divina.
A lei natural é a razão humana enquanto nos ordena a fazer o bem e intima a evitar o mal. Este apelo está inscrito na consciência de cada um dos seres humanos dotados de razão. Mas, para reconhecer o bem e o mal discernindo entre eles, necessita que sua razão seja iluminada pela Revelação e pela fé. Aquilo que o ser humano é, e o que deve fazer, manifesta-se no momento em que Deus se revela a si próprio.
Tomemos Ex 19,1-9 e Ex 20,1-17
Segundo nos ensina o Catecismo da Igreja Católica, o Decálogo (Dez Mandamentos) deve ser entendido em primeiro lugar no contexto do Êxodo, que é o grande acontecimento libertador de Deus no centro da Antiga Aliança, e indica as condições de uma vida liberta da escravidão do pecado. O decálogo é um caminho de vida. Ele se apresenta como resposta devida às iniciativas gratuitas que o amor de Deus multiplica em favor de cada ser humano. É uma resposta de amor, segundo o enunciado que o livro do Deuteronômio faz:
"Se amares teu Deus, se andares em seus caminhos, se observares seus Mandamentos, suas leis e seus costumes, viverás e te multiplicarás" (Dt 30,16).
O bem consiste em reconhecer Deus como o núcleo fundamental de nossa vida, em pertencer-Lhe, em obedecer-Lhe e em caminhar com Ele. Este é o testemunho da Sagrada Escritura. O papa João Paulo II chama os mandamentos da lei de Deus de "Dom do decálogo" porque são estes que indicam ao ser humano o caminho da verdadeira vida.
Mais tarde pela boca de Jesus são entregues novamente aos homens os mandamentos do decálogo, cujo resumo e fundamento são o mandamento do Amor a Deus e ao próximo, que estão profundamente unidos entre si e compenetram-se reciprocamente (veja Mt 22,40). E a sua unidade indivisível é testemunhada por Jesus com a sua própria vida e morte de cruz, sinal de seu amor indiviso ao pai e à humanidade (veja Jo 13,1).
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