quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Amar a Deus e ao Próximo 1.2.3.4/5






























2. Os Mandamentos e a Vida no Espírito

Veja Mt 19,16-26.

Não só o homem rico, mas até os discípulos de Jesus se assustam com as condições para segui-lo, que vão além das forças humanas (veja Mt 19,25). De fato, a nenhum ser humano é possível viver a lei unicamente por suas próprias forças, mas somente em virtude de um dom recebido. Veja Jo 15,9: tal como o Senhor Jesus recebe o amor do seu Pai, assim Ele , por sua vez, comunica-o gratuitamente aos discípulos. O dom de Cristo é o seu Espírito, cujo fruto primeiro é a Caridade. Sto Agostinho pergunta-se: "É o amor que nos faz cumprir os mandamentos, ou é a observância dos Mandamentos que faz nascer o amor?" E responde: "Mas quem pode pôr em dúvida que o amor precede à observância? Quem de fato não ama está privado de motivações para cumprir os Mandamentos".

Tomar Rm 8,2. Com estas palavras o apóstolo Paulo nos leva a considerar a relação entre a lei e a Graça. Ele reconhece o papel pedagógico da lei, que permite ao homem medir sua fraqueza e abre-o à invocação e ao acolhimento da vida no Espírito. Só nesta vida nova é possível a prática dos mandamentos de Deus. De forma admirável, Sto Agostinho sintetiza o ensino paulino sobre a lei e a Graça: "A lei foi dada para se invocar a Graça; a Graça foi dada para que se observasse a lei".

Assim é que "o amor e a vida segundo o Evangelho não podem ser pensados em termos de preceito, porque o que eles pedem superam as forças do homem: apenas são possíveis como fruto de um dom de Deus, que restaura, cura e transforma o coração do homem através da sua Graça" (João Paulo II, Veritatis Splendor, 23).

3. Quais os Dez Mandamentos

1. Amar a Deus sobre todas as coisas;
2. Não tomar seu Santo Nome em vão;
3. Guardar os domingos e festas de guarda
4. Honrar pai e mãe
5. Não matar
6. Não pecar contra a castidade
7. Não furtar
8. Não levantar falso testemunho
9. Não desejar a mulher do próximo
10. Não cobiçar as coisas alheias

4. Amar a Deus sobre todas as coisas

O primeiro e maior de todos os mandamentos é o da caridade para com Deus. (Mt 22,37-38; Dt 6,4-9; I Cor 13,1ss; Mc 12, 29ss; Lc 10,27)

"Mestre, qual é o principal mandamento da lei? Respondeu Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração de toda tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o maior e o primeiro mandamento" (Mt 22,36-38). O mandado de amar a Deus implica em reconhecê-lO como o Deus único e verdadeiro e o seu primeiro apelo e exigência justa é que o homem O acolha e O adore, percebendo e experimentando concretamente que fora de Deus tudo é vão e que só n'Ele terá a verdadeira felicidade. Isto implica em se dar inteiramente a Deus, sem inclinar-se para outro bem fora de Deus, sabendo que Deus amou o homem primeiro e que se deu inteiramente de si a ele deseja que nos doemos inteiramente a Ele (Ex 20,2-5; Dt 6, 4-5. 13-14).

Para que o homem ame a Deus como Ele mesmo nos pede, acima de todas as coisas, é necessário viver as virtudes da fé, da esperança e da caridade.

4.1 A Virtude da Fé

A Fé é a virtude sobrenatural pela qual cremos ser verdadeiro tudo o que Deus revelou, pela autoridade do próprio Deus que revela.

A fé é requisito fundamental para alcançar a salvação (Mc 16,6; Jo 3,18), portanto é absolutamente necessária para se alcançar a vida eterna, a união íntima com Deus. Devemos:

a. Procurar conhecê-la
b. Confessá-la
c. Alimentá-la pela oração, pelos Sacramentos, pela leitura da Palavra e pela formação religiosa
d. Preservá-la de perigos como a influência de falsas doutrinas, a convivência, leituras de livros, programas de rádio ou televisão, filmes, teatros, conferências, etc., contrários a fé.

4.2 Virtude da Esperança:

É a virtude sobrenatural pela qual temos firme confiança de que Deus nos dará, pelos méritos de Jesus Cristo, a graça de que necessitamos, na terra, para alcançar o Céu. A virtude da Esperança é tão necessária como a da Fé, para conseguirmos a Salvação: aquele que não confia em chegar ao termo abandona os meios que para lá o conduzem, e por isso devemos cuidar e fomentar esta virtude (I Tes 4,13).

A Esperança se Baseia:

- Na bondade infinita de Deus
- No poder infinito de Deus
- Na fidelidade Divina ao que prometeu
- Nos infinitos méritos de Jesus Cristo que, pela sua morte e ressurreição, nos conseguiu a salvação
- Na intercessão da Santíssima Virgem Maria e dos Santos

São Pecados Contra a Esperança:

a. Desespero - consiste em julgar que Deus já não nos perdoará os pecados nem nos dará a graça e os meios necessários para alcançarmos a salvação.
Ex: Caim (Gen 4, 13) e Judas ( Mt 27, 3-6).
b. Presunção - é um excesso de confiança que nos faz esperar a vida eterna sem usar os meios prescritos por Deus, ou seja, a graça e as boas obras.

Tem como causa principal o orgulho, e se manifesta em:

a. esperar salvar-se pelas suas próprias forças sem o auxílio da graça
b. esperar salvar-se só pela fé, sem realizar boas obras
c. deixar a conversão para a hora da morte, para continuar pecando
d. pecar livremente, em vista da facilidade com que Deus perdoa
e. expor-se demasiado às ocasiões de pecar, presumindo poder resistir às tentações (Eclo 5,6)

4.3 A Caridade

É a virtude sobrenatural pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

Três razões porque a caridade é "o caminho mais excelente de todos":

1. Pela sua própria bondade intrínseca, por ser aquela que mais diretamente nos une a Deus
2. Porque é a caridade que dirige e ordena para Deus todas as outras virtudes, as quais, sem ela, estariam como que mortas e informes (I Cor 13)
3. Porque não acaba com o termo da vida terrena, visto que o Amor não passa, não tem fim, pois constitui o conteúdo essencial da vida eterna.

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